A Paraíba tornou-se conhecida por abrigar vários sítios arqueológicos, alguns dos quais inseridos no rol de novas descobertas por pesquisadores da área. O município de Mãe d’Água, por excelência, inserido no Parque Nacional Serra do Teixeira, foi motivo de uma expedição do Grupo Paraíba de Espeleologia que identificou, em meio ao extenso levantamento sobre cavidades naturais, uma enorme variedade de materiais arqueológicos. O trabalho, que conta com o apoio da Universidade Estadual da Paraíba, é financiado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.
O objetivo inicial é mapear todos os pontos, a partir das três primeiras atividades, começando o levantamento por Mãe d’Água, antes de visitar Santana dos Garrotes e Água Branca: “São muitas as cavidades naturais existentes no Parque, que em seu interior possuem restos ou vestígios arqueológicos, seja arte rupestre ou materiais cerâmicos, líticos ou ossos humanos”, destacou o professor e espeleólogo Juvandi de Sousa, coordenador do grupo que vem intensificando suas ações.
O trabalho deverá contribuir para alavancar o turismo na região. “Apesar da associação da arqueologia ao estudo de fósseis ou cavernas, estas constituem apenas um tipo de cavidade natural encontrada nas paisagens originais. Segundo Jurandi, existem outras tipologias, como lapas, abismos, tocas e abrigos sobre rochas, constituindo a maioria na Paraíba, do tipo primário, surgidos a partir do deslocamento ou rolamento de matacões, geralmente no alto da Serra da Borborema. Quando ocorre algum tipo de abalo sísmico, esses matacões rolam e, quando chegam ao sopé da elevação, se acostam em outros matacões, criando ali um vazio, que forma a cavidade natural”, descreveu Juvandi.
